Biólogo da Vigilância Ambiental em Saúde dá dicas de como evitar a ação do inseto
Todos os anos escorpiões costumam surgir nas áreas urbanas do Distrito Federal, o que aumenta significativamente a quantidade de acidentes relacionados ao veneno do inseto. Para evitar esse tipo de problema, tanto dentro de casa e quanto em quintais e demais áreas ao ar livre, é necessário adotar alguns cuidados, principalmente a higiene adequada.
“Os escorpiões gostam de se esconder em materiais de construção, caixas de esgoto, entulho, frestas e buracos em paredes, além de caixas de fiação elétrica, de telefone e tomadas abertas. Para evitar o surgimento deles é importante colocar telas de proteção nas janelas, ralos, aqueles rodinhos de vedação nas portas”, explica o biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival) Israel Martins.
“É um animal muito ativo durante a noite. Muitas vezes podem chegar aos apartamentos dos últimos andares, já que usam as tubulações para isso”Israel Martins, biólogo da Dival
Ele alerta que também é necessário redobrar os cuidados para evitar o aparecimento de baratas, pois elas são a fonte de alimento dos escorpiões. Ou seja, a presença de baratas significa ameaça de escorpiões em busca de alimento.
“É importante manter os ambientes limpos. Limpar a caixa de gordura, evitar deixar migalhas espalhadas pela casa e ter cuidado com o lixo, pois tudo isso atrai as baratas, que consequentemente podem atrair os escorpiões. Por isso, eliminar as baratas reduz muito o risco de aparecimento desses animais peçonhentos”, acrescenta.
O biólogo esclarece ainda que o surgimento de escorpiões em apartamentos é comum porque eles podem se abrigar em redes de instalações elétricas e telefônicas. Nesse sentido, tomadas e luminárias mal encaixadas representam possíveis canais de entrada desses insetos nos imóveis. “É um animal muito ativo durante a noite. Muitas vezes podem chegar aos apartamentos dos últimos andares, já que usam as tubulações para isso.”
Crianças
O cuidado deve ser redobrado em locais que têm crianças ou animais de estimação, tendo em vista que o efeito do veneno após a picada de escorpião pode ser mais forte em vítimas com menos peso. “O escorpião não sai de seu abrigo para picar ninguém. Geralmente os acidentes acontecem porque alguém pisou, colocou a mão em um lugar e o esmagou. Por isso é importante verificar lençóis, roupas de cama e toalhas antes de usar. Além de afastar as camas das paredes”, continua Israel.
Segundo o biólogo, sempre que aparecer um escorpião em casa é necessário acionar a Vigilância Ambiental em Saúde, por meio do telefone 160. Equipes vão ao local de chamada para descobrir as condições que favorecem o aparecimento e o abrigo do animal peçonhento.
O biólogo também alerta que não existe inseticida comprovadamente eficaz para combater escorpiões. A melhor maneira é prevenir o aparecimento, com limpeza correta de todas as áreas da residências e colocação de barreiras de proteção nos possíveis locais de entrada dos escorpiões.
Vigilância
A Diretoria de Vigilância Ambiental monitora a distribuição temporal e espacial da população de escorpiões e de acidentes, além de promover, em todo o Distrito Federal, ações de prevenção e controle do aracnídeo. O atendimento à população é feito por demanda passiva, ou seja, a população aciona o serviço de saúde (telefones: 2017-1343 ou 160) para que as providências sejam tomadas. A Dival acrescenta que se compromete a verificar o local nos dias conseguintes à primeira visita.
O Centro de Informações Toxicológicas dá as primeiras orientações nos casos de acidente com animais peçonhentos. O telefone é o 0800 644-6774.
Números
De janeiro a abril foram registrados 601 acidentes envolvendo escorpiões no Distrito Federal. Até 21 de maio foram solicitadas 451 inspeções, que resultaram em 307 animais capturados.
Todo paciente que sofrer um acidente por animal peçonhento deve procurar a emergência dos hospitais do DF ou de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – unidades que possuem atendimento de clínica médica estão aptos para receber esse tipo de paciente.
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Da redação do portal Alô Brasília
Por Ricardo Antunes
Ricardo Antunes Figueiredo