Secretário de Saúde do DF é preso suspeito de fraude em testes de Covid-19
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo. |
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (25) na segunda fase da Operação Falso Negativo, que investiga fraudes em testes de Covid-19. Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva ligados ao alto escalão da secretaria.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que afastou Araújo do cargo até que ele possa prestar esclarecimentos sobre a situação.
O atual presidente do Hemocentro de Brasília, Osnei Okumoto, irá assumir o cargo. Ele foi secretário da pasta até 16 de março deste ano, quando pediu demissão e foi sucedido por Francisco Araújo.
Ibaneis afirmou que, além do secretário, estão afastados de suas funções também Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde do DF; Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde do DF; Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central do DF; Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde do DF. Também houve a prisão de Ricardo Tavares Mendes, que é ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde do DF.
Araújo é suspeito de integrar um esquema de superfaturamento na compra de insumos que teriam causado prejuízo superior a R$ 18 milhões aos cofres públicos do DF. No cargo desde 16 de março deste ano, o secretário foi preso no apartamento dele, na região Noroeste do DF.
Em nota, o Ministério Público do DF informou que a nova fase da Operação Falso Negativo inclui 44 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em mais oito estados: Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e são resultado de investigação exclusiva do MPDFT, que apura suspeitas de crimes cometidos por servidores do alto escalão da Secretaria de Saúde do DF, segundo o MP-DF.
Ainda de acordo com o MP-DF, entre os crimes estão: fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e passiva. Os crimes teriam sido praticados no momento da licitação para compra de testes para detecção da Covid-19.