Como fica a fertilidade da mulher após o tratamento do câncer?

   



Após o diagnóstico de câncer, muitas mulheres se perguntam se deveriam pensar em ter filhos ou se, de fato, poderão tê-los no futuro. As dúvidas são variadas e, muitas vezes, acabam acompanhas de “achismos” e mitos que mais atrapalham do que informam. 

Para esclarecer esses questionamentos, a oncologista, especialista em câncer de mama, Ludmila Thommen explica alguns pontos sobre a temática:

1. A paciente com câncer é considerada infértil?

Não. De acordo com a especialista, na verdade, a mulher que recebe o diagnóstico de câncer e vai iniciar o tratamento precisa ser informada sobre a possibilidade da infertilidade. Não é a oncologista que define as técnicas de reprodução, mas esse profissional precisa abordar o assunto com a paciente e informar as possibilidades disponíveis. Uma série de fatores como idade, histórico familiar e até mesmo o desejo em maternar serão levados em consideração antes da tomada de qualquer decisão.

2. Como o tratamento contra o câncer pode provocar a infertilidade?

Todo o processo de quimioterapia pode vir a provocar lesões nos ovários. Já a radioterapia e a cirurgia apenas se for do útero e ovário. Contudo, isso vai depender com que tipo de tumor o paciente foi diagnosticado, do quão avançada está a doença e ainda, como será a intensidade do tratamento ao qual ela será submetido. É importante ressaltar, que a prioridade sempre deve ser de combater o câncer no paciente.

3. Existem opções de tratamento que preservam a fertilidade?

Na verdade, não é a opção de tratamento contra o câncer que irá preservar a fertilidade. O que acontece é que existem opções a serem feitas em paralelo ao tratamento de câncer que colaboram com o desejo futuro de maternar. Como por exemplo, o congelamento de óvulos e o congelamento de embriões.

4. Após o tratamento, quando posso engravidar?

Mesmo após a conclusão dos processos de quimio e radioterapia, o ideal segundo a oncologista, seria esperar um tempo antes de engravidar. Não existe uma regra básica, mas a decisão pode e deve ser discutida caso a caso. 

5. Filhos de pacientes que tiveram câncer têm algum risco aumentado de contrair câncer?

Segundo os estudos publicados até o presente momento, as pesquisas não mostram qualquer fator de risco para a doença em filhos de pacientes com câncer. Entretanto, é preciso avaliar todo o histórico familiar do indivíduo para identificar qualquer possível síndrome genética. Se os casos presentes na família são numerosos, é indicado procurar um geneticista para avaliar as chances de os filhos terem uma chance maior do que o normal de ter câncer.

 

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