Segundo a especialista em mercado cannabis Juliana Guimarães, o estímulo e o desenvolvimento da planta pode dar uma qualidade de vida maior para os brasileiros
Na última semana, começou a correr um projeto de lei (PL), onde pacientes do Distrito Federal que tenham prescrição médica para realizar tratamento à base de cannabis podem ganhar permissão para o cultivo e o processamento da planta. A proposta é do deputado distrital Gabriel Magno (PT). A lei busca garantir o direito do paciente para fazer o uso da terapia, além de expandir as pesquisas referentes à planta.
No projeto de lei, o parlamentar destaca que as associações que receberem autorização para o plantio devem contar, obrigatoriamente, com um profissional médico e farmacêutico para “indicação, acompanhamento e tratamento dos pacientes associados”. Essas entidades poderiam, ainda, realizar convênios e parcerias com instituições de ensino e pesquisas, “objetivando apoio para análise dos remédios, com a finalidade de garantir a padronização e segurança para o tratamento dos pacientes”.
A especialista em mercado canábico legal Juliana Guimarães, explica que o estímulo e o desenvolvimento da cannabis pode dar uma qualidade de vida maior para os brasileiros. “O Brasil é expoente em produções científicas, então é importante que as pessoas tenham acesso e estudem é o caminho para que sejam possíveis novas descobertas, assim podendo contribuir para uma qualidade de vida maior para as pessoas”, explica.
A especialista ainda avalia positivamente o fato da cannabis ganhar espaço nos parlamentos. “O simples fato deste assunto estar sendo debatido novamente nos parlamentos, seja no nível distrital ou federal, pode facilitar muito para novas descobertas e novos estudos com a planta”, completa.
Lei já foi aprovada em outros estados
Segundo o deputado Gabriel Magno, outros estados no Brasil já aprovaram normas para o uso da cannabis medicinal nos próprios territórios. É o caso do Rio de Janeiro, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.
Magno diz ainda que a aprovação da matéria traria “inúmeros benefícios para o Distrito Federal, tanto no que diz respeito ao desenvolvimento de novos estudos científicos e novas tecnologias de medicamentos, como também com o incremento na arrecadação de tributos e a geração de empregos”.
Para ser aprovado, o PL precisa ser aprovado no mérito em duas comissões distintas, além de ter a constitucionalidade avaliada em outra comissão.
DF possui o maior número de pacientes utilizando a cannabis medicinal
De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinóides (BRCANN), o Distrito Federal é, proporcionalmente, a unidade federativa com mais pacientes autorizados a utilizar cannabis medicinal – a cada 100 mil habitantes, 121,4 dos moradores têm autorização para fazer uso do medicamento.
A pesquisa ainda mostra que em segundo lugar do ranking de pacientes autorizados a utilizar cannabis medicinal está o Rio de Janeiro, com 69,9 a cada 100 mil habitantes, seguido de São Paulo com 62,4/100 mil habitantes e Goiás com 45,3/100 mil habitantes.
Capital tem o primeiro Dispensário do país
O primeiro dispensário do país está localizado em Brasília. A ideia é atender presencialmente todas as pessoas interessadas no lifestyle, em tratamentos médicos e terapêuticos com a cannabis, e no uso pessoal de produtos relacionados ao mercado canábico.
“A gente tem uma área de prestação de serviços ligada à cannabis medicinal, porque hoje já existem vários caminhos lícitos para acessar esse tipo de tratamento, com produtos à base de cannabis no Brasil. E o nosso time apresenta essas opções para as pessoas, para que elas tenham o acesso ao tratamento de forma mais fácil, fazendo isso conforme é o mercado regulado hoje”, explica Juliana Guimarães, que também é sócio-fundadora do ODispensário.
Por que Brasília?
Os co-fundadores do ODispensário escolheram a capital do país por ser a cidade com a maior quantidade de concessões de importação pela Anvisa para uso pessoal de produtos à base de cannabis.
Embora muitas pessoas façam quase todo o processo pela internet, buscando os médicos prescritores, as marcas que importam e que já estão nas farmácias, há uma parte do público que não tem acesso, mal saberiam por onde começar. Aí entram os serviços oferecidos pelos profissionais parceiros da área medicinal do ODispensário.