Eleições 2020: hackers que invadiram sistema do TSE tornam-se réus

Além de obter dados sigilosos de servidores e publicá-los na intranet, o grupo tentou prejudicar o funcionamento do aplicativo e-Título no dia da votação


A Justiça Eleitoral aceitou denúncia contra quatro envolvidos na violação do sistema de informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2020. Junto com um adolescente, os quatro participavam de grupos hackers responsáveis por ataques cibernéticos realizados a partir de outubro daquele ano.

Os quatro responderão por associação criminosa. Três deles também são réus pelos crimes de invasão de dispositivo informático; desenvolver ou introduzir programa capaz de alterar sistema de dados do serviço eleitoral; e corrupção de menores. Desses, dois respondem, ainda, pelo crime de promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais.

Segundo a denúncia, a partir de outubro de 2020, o grupo invadiu o sistema do TSE, obteve dados sigilosos de servidores da corte e divulgou as informações na internet. Além disso, em 15 de novembro daquele ano, dia do primeiro turno de votação, dois dos réus atuaram para dificultar o funcionamento do aplicativo e-Título e impedir a realização da justificativa por georreferenciamento.

O inquérito policial que investigou a atuação do grupo foi requisitado pelo ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE. Ao receber a denúncia, a Justiça Eleitoral retirou parcialmente o sigilo do processo.
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