Especialista dá dicas aos futuros empreendedores do segmento pet de como firmar um negócio duradouro e seguro.
Nos últimos anos, o mercado pet tem visto um crescimento significativo na oferta de serviços de hospedagem à domicílio para cães. Segundo estudo do Sebrae, a primeira metade de 2022 contabilizou mais de 18 mil empresas abertas nas atividades de serviços de cuidados pet, o que inclui essa categoria.
Cleber Santos, CEO da Comportpet, empresa especializada em creche e hotel para cães e que capacita empreendedores para começarem seus negócios domiciliares, afirma que no ano de 2023 esse mercado vai crescer ainda mais após o retorno completo para trabalhos presenciais.
Segundo Santos, nesse mercado, é possível garantir uma renda mensal média de R$ 5 mil com serviço de hospedagem domiciliar, considerando uma média de cinco cães hospedados por dia. Contudo, alerta aos empreendedores que para garantir um negócio de sucesso é essencial seguir regras e protocolos específicos, sobretudo ter uma equipe especializada no atendimento às necessidades dos pets.
Santos completa que o maior erro cometido nesses empreendimentos é geri-los de maneira muito informal. “Não podemos esperar que isso seja um negócio onde os membros da casa apenas cuidam espontaneamente dos cães por gostarem de animais. É essencial que a equipe de hospedagem tenha treinamento especializado para lidar com os cães e com os donos, passando muita segurança e carinho no trato com esses pets que, cada vez mais, são considerados filhos”, afirma.
Outra dica aos futuros donos de negócios pet é entender e estudar o público-alvo da região para a criação de uma precificação que seja viável aos tutores do entorno e que, também, cubra os gastos do gestor. Para atrair clientes, Santos enfatiza investir em divulgação, principalmente nas redes sociais e, se possível, realizar parcerias com clínicas veterinárias e empresas do segmento.
Dicas práticas para gerir uma hospedagem domiciliar séria
Os donos de hotel devem seguir protocolos firmes, como abrir um CNJP para garantir maior credibilidade e regulamentação, isso caso o local seja localizado em área mista – que possibilita ser tanto residencial quanto comercial. Devem também manter um contrato bem estruturado com os tutores, que delimitem todos os detalhes e exigências.
Quando a hospedagem é em um apartamento, é importante que os gestores chequem as regras do condomínio quanto à quantidade de cães permitidas por apartamento, além das normas de convivência, e deixar isso bem avisado e estruturado no atendimento aos clientes.
Já quando a hospedagem é em uma casa, é necessário que a equipe de hospedagem esteja preparada para garantir a segurança dos cães restringindo qualquer acesso à rua, assim como devem separar um espaço exclusivo para a convivência, que garanta a integridade do restante da residência (como móveis, objetos quebráveis, e objetos que possam causar acidentes). Além disso, se assegurar dos limites de barulhos na sua região e os horários de funcionamento, para que não interfira no dia a dia dos vizinhos ou gere reclamações constantes.
Contando que o ambiente caseiro pode ser menor e menos adaptado do que um hotel/creche especializado, o especialista recomenda se atentar aos portes de cães que são possíveis acomodar sem estresse. “É obrigatório que os cães estejam com todas as vacinas em dia, além da adotar rotinas de higiene rigorosas e rotinas de alimentação balanceada. Separar também as atividades considerando a diferença de porte, de idade, e de necessidades específicas de cada cão”, completa Santos.
As atividades desenvolvidas em hospedagem
No dia a dia, a equipe de hospedagem deve desempenhar diversas funções para garantir a segurança e o conforto dos cães. Desde atividades de entretenimento, passeios em horários adequados para a saúde dos cães (até as 10h da manhã, ou após as 15h, por conta da incidência do sol), alimentação adequada e acompanhamento constante dos animais hospedados.
Segundo Cleber Santos, para uma equipe fidelizar os clientes e oferecer um atendimento impecável e seguro, devem se capacitar em conhecimentos sobre alimentação, saúde, comportamento animal, comandos de adestramento e primeiros socorros.
“É importante ressaltar que os cães, ao se hospedarem, precisam de espaço adequado para atividades físicas e socialização com outros animais, o que é diferente de um gato, por exemplo. Por isso, é essencial que a equipe de hospedagem esteja preparada para atender essas necessidades e acompanhar a adaptação e interação de cada novo cão que chega”, finaliza o especialista.
A hospedagem domiciliar para cães veio para ficar e é uma opção cada vez mais procurada por quem busca comodidade e segurança no cuidado com seus bichinhos.