Adolescente Aprendiz: instituições parceiras e jovens profissionais participam de encontro

O MPDFT foi o primeiro no país a implantar o projeto Adolescente Aprendiz para oferecer oportunidade de profissionalização a jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica. Desde o início do projeto, cerca de 200 jovens já foram beneficiados.


Os jovens que fazem parte do projeto Adolescente Aprendiz – MP Eficaz e as instituições parceiras da iniciativa participaram de um encontro, no Edifício-Sede, nesta sexta-feira, 30 de março. Representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), do Vira Vida (Sesi) e da empresa Renapsi, que promove a capacitação profissional e a contratação dos jovens, aproveitaram o momento para a integração e a apresentação de novidades que serão oferecidas, como atividades de qualidade de vida e círculos para o autoconhecimento, gestão das emoções e diálogos sobre conflitos.

Implantado em outubro de 2012, o projeto é pioneiro na profissionalização na perspectiva de inclusão social. A gestora do projeto e vice-procuradora-geral de Justiça do DF, Selma Sauerbronn, ressalta que ele se diferencia de outros destinados a adolescentes aprendizes porque trabalha não só a questão profissional, mas também se preocupa com a história de cada um. “Recebemos adolescentes inseridos em contextos de vulnerabilidade, com vazios, ausências e agressões em suas histórias. O projeto é uma oportunidade de emprego que também fomenta o resgate da autoestima e a disposição de sonhar com o futuro”, relata.

Glória Maria, de 18 anos, faz parte do grupo de 17 adolescentes atualmente empregados no MPDFT. Ela acabou de concluir o Ensino Médio e está há 5 meses exercendo suas atividades com a equipe do projeto NaMoral, de combate à corrupção por meio de atividades em escolas. "Está sendo incrível, precisava de apoio e eu não imaginava que seria tão bem recebida. Estou animada com o NaMoral e já participei de alguns encontros. Quero aprender e contribuir cada dia mais”, conta animada.

Sobre o projeto Adolescente AprendizA ação visa capacitar e promover o ingresso, no mercado de trabalho, de adolescentes, entre 16 e 18 anos, em situação de vulnerabilidade social. Além da carteira assinada, os jovens recebem um salário mínimo para realizar trabalhos técnicos na área de informática, projetos especiais, promotorias e outros. O contrato é de até dois anos. Desde o início do projeto, cerca de 200 jovens já foram beneficiados.



Antes de chegarem ao Ministério Público, os adolescentes passam por uma reintegração psicossocial com o projeto Vira Vida, do Serviço Social da Indústria (Sesi), e depois são atendidos pelo Renapsi, que vai atuar na qualificação profissional e ingresso no mercado de trabalho.

“Nós lidamos com esses meninos e meninas encaminhados pela rede de proteção. Eles precisam de uma atenção especial, de resgate e de formação para desenvolverem competências relacionais, atitudinais, comportamentais, cognitivas e na qualificação profissional. Aí eles vêm para o MP e começam a sonhar grande.”, explica Cida Lima, do Vira Vida. Segundo ela, 48 jovens estão qualificados e à espera de empresas que abram as portas para eles.

Wilian Paulo, representante da instituição qualificadora Renapis também esteve presente no encontro realizado pelo MPDFT. “A gente faz essas parcerias com o MP e com empresas públicas ou privadas, oportunizando vagas para a inserção destes jovens no mercado de trabalho. Depois que ele é inserido, seguimos oferecendo um dia por semana uma capacitação continuada, com o intuito de transformar vidas e oportunizar a melhor experiência profissional possível”. O banco de talentos da empresa está disponível para qualquer jovem de 14 a 21 anos, pelo site. A Seção de Estágio do MPDFT é a responsável por receber os adolescentes e encontrar uma lotação adequada para eles. A chefe do setor de Adolescente Aprendiz, Juliana Líbano, explica que após ingressarem no Vira Vida, responsável pela reinserção social, e serem encaminhados para a preparação profissional com a Renapsi, é a vez do Ministério Público acolhê-los. “Quando eu recebo os adolescentes do projeto, faço uma entrevista para conhecer as habilidades e interesses, para inseri-los em uma área compatível com o perfil de cada um”.

Foi o que aconteceu com Samuel Júnior, de 17 anos, lotado há três meses na Secretaria de Tecnologia da Informação (STI). “Quando eu cheguei aqui, me perguntaram em que eu sou melhor e eu respondi em TI, então fui direcionado para lá. Está sendo um desafio ótimo para mim, estou aprendendo muito. É uma experiência extraordinária e quero seguir esse curso para o meu futuro”.

E para fortalecer a experiência dos adolescentes que participam do projeto no MPDFT, a Seção de Estágio firmou parceria com a Assessoria Especial de Promoção da Saúde (Apres) e com a Coordenadoria Executiva de Autocomposição (Cauto). Ao grupo, foi disponibilizada uma turma exclusiva para a prática de yoga com o objetivo de poderem contar com um espaço de integração, enquanto realizam uma atividade que exercita corpo e mente. Eles também participarão de círculos para o trabalho da autoestima, para a gestão de sentimentos e emoções, oficina de comunicação não-violenta e roda de conversa sobre conflitos oferecidos pela Autocomposição. “Queremos que seja uma experiência com aprendizados para a vida inteira e que possa ajudá-los no presente e no futuro, pois eles estão iniciando a caminhada profissional”, destaca Leila Duarte, coordenadora da Cauto.
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