Pedidos de recuperação judicial crescem 52% no primeiro semestre de 2023, o maior patamar em 3 anos

Para especialistas do escritório de advocacia ALE Advogados, o empresário não deve esperar até que a situação esteja insustentável para buscar a recuperação judicial


Durante os primeiros seis meses deste ano, o número de empresas que optaram por solicitar recuperação judicial para reestruturar suas obrigações com credores alcançou o nível mais elevado dos últimos três anos. Conforme apontado por um estudo conduzido pela Serasa Experian, o total de requisições atingiu 593 entre janeiro e junho, representando um aumento de 52% em comparação aos 390 pedidos registrados no mesmo período de 2022

Desde janeiro deste ano, diversas empresas entraram com pedido de recuperação judicial, como: Americanas, Oi, Light e Grupo Petrópolis. Juntas, elas somam dívidas superiores a R$100 bilhões. De acordo com a Serasa Experian, o avanço é fruto da alta da inadimplência das empresas, que alcançou 6,48 milhões somente em maio.

Houve avanço nos pedidos em diversos setores. Empresas que atuam no segmento de serviços tiveram a maior parcela dos requerimentos, com 261 no total, seguido de comércio (168), indústria (112) e setor primário (52). Quando se observa o porte das companhias, as micro e pequenas empresas lideraram o ranking semestral, com 63 renegociações, seguidas por médias empresas (26) e grandes companhias (3).

Para o especialista em direito empresarial Henrique Esteves, do escritório de advocacia ALE Advogados, o momento adequado para uma empresa considerar o pedido de recuperação judicial deve ser pautado por uma análise criteriosa da sua situação econômica e financeira. "A recuperação judicial é uma ferramenta legal que visa dar fôlego à empresa para reorganizar suas finanças, renegociar dívidas e buscar a reestruturação necessária para a sua continuidade",explica.

O especialista enfatiza que o empresário não deve esperar até que a situação esteja insustentável para buscar a recuperação judicial. "Identificar os primeiros sinais de dificuldade financeira e agir proativamente pode fazer toda a diferença. Adiar o pedido de recuperação judicial pode limitar as opções da empresa e dificultar a sua recuperação efetiva".

Leonardo César, também especialista na área, reforça que um advogado especializado em direito empresarial pode auxiliar a empresa a avaliar a viabilidade do pedido de recuperação judicial, entender as etapas envolvidas e preparar a documentação necessária de forma adequada. "Além disso, a atuação jurídica contribui para uma abordagem estratégica que visa garantir a melhor solução para a empresa e seus credores", conclui.

Henrique Esteves e Leonardo César


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