Rede de saúde do DF oferta tratamento com imunobiológicos
Doença autoimune, a psoríase não é contagiosa. Ela forma placas avermelhadas espessas na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas, podendo provocar coceira, dor e queimação. Foto: Banco de imagens/Freepik |
Nem todos sabem, mas a psoríase é uma inflamação de pele considerada crônica e não é contagiosa. Doença inflamatória autoimune, ela forma placas avermelhadas espessas na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas, podendo provocar coceira, dor e queimação. Além disso, está associada a uma série de comorbidades, como artrite psoriásica e enfermidades cardíacas.
Para informar a população sobre o correto tratamento e evitar o estigma social, uma vez que muitas pessoas desconhecem a doença e podem estranhar as manchas na pele de quem é acometido, desde 2004 é promovido, em 29 de outubro, o Dia Mundial da Psoríase. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa enfermidade afeta de 2% a 3% da população mundial.
“Como é uma doença autoimune, é um mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos, por isso, a psoríase não é contagiosa. É fundamental informar que não é”, destaca a coordenadora do ambulatório de psoríase do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a dermatologista Letícia Oba Galvão. Ela pontua que a discriminação é, de fato, um dos principais problemas no enfrentamento da doença.
Diagnosticado com psoríase aos 18 anos, Tiago Nascimento de Carvalho, de 47 anos, conta que percebe os olhares de muitas pessoas para a descamação da pele, um dos sintomas da psoríase. “Já perguntaram se é hanseníase e se pega, existe muita falta de informação”, relata. Para evitar os questionamentos, ele usava roupas fechadas, mesmo com desconforto e dores.
Outra ideia comum e equivocada é associar o aparecimento das lesões a episódios de estresse. A dermatologista esclarece que o estresse pode agravar o quadro da psoríase ou aumentar as suas chances de ocorrência, mas não é uma das causas. “Pessoas estressadas costumam ter o sistema imunológico debilitado e os hormônios alterados. Isso significa que nem todo mundo que está passando por um período de grande estresse terá lesões. Somente quem já possui uma predisposição genética ao problema”, aponta.
Tratamento no DF
Há mais de 10 anos, Tiago iniciou o tratamento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e, atualmente, tem acesso a um imunobiológico de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), onde há cinco opções disponíveis. “Busquei o tratamento quando os remédios tópicos pararam de fazer efeito. Com o agravamento do meu quadro, comecei a usar medicações imunobiológicas, pois também tive artrite psoriásica, e tem surtido muito efeito”, detalha.
O medicamento que o professor utiliza é produzido a partir da biologia celular de DNA (ácido desoxirribonucleico) humano e programado para modificar pontos estratégicos da resposta imunológica defeituosa que ocorre em casos de doenças autoimunes. Para o paciente, o trabalho da equipe do hospital é de ponta. “Todos os pacientes do ambulatório concordam que o trabalho de dermatologia do hospital nos ajudou a conviver com a doença e a tratá-la de forma quase integral. Eu tenho muito mais qualidade de vida.”
Cuidar da saúde
Atentar-se aos sinais da psoríase significa uma maior possibilidade de começar os tratamentos precocemente. Com isso, há melhores chances de resposta aos medicamentos.
Os quadros mais graves podem levar a comprometimentos definitivos nas articulações. Além disso, pessoas com psoríase têm mais chances de ter eventos cardiovasculares, como infarto e pressão alta, e síndromes metabólicas em geral, por exemplo, diabetes e obesidade.
O aposentado Luiz Carlos da Costa, de 64 anos, lida com a doença há 26 anos. Diagnosticado em 1997, procurou ajuda no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e fez tratamento de fototerapia com raios UVA no Hran. “Aprendi que quando meu psicológico está afetado, ela piora. Tenho que controlar minha ansiedade e depressão para que o episódio melhore”, conta.
Dono de três gatas, Chanilda, Mimim e Preta, ele garante que os bichanos ajudam na sua melhora diária. Hoje, com a doença controlada, Luiz também chama a atenção para o preconceito e para a falta de informação sobre a doença.
Serviço
Pessoas com os sintomas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para serem encaminhadas ao ambulatório de dermatologia, a fim de iniciar o tratamento. Diversos hospitais da rede dispõem de dermatologistas para atender casos da doença, como o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), os Hospitais Regionais de Taguatinga (HRT), de Brazlândia (HRBz), de Ceilândia (HRC) e de Samambaia (Hrsam), o Hospital da Criança (HCB), o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e a Policlínica do Guará.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: entrevista.saudedf@saude.df.gov.br
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação