Doença tem acometido cada vez mais pessoas jovens, abaixo dos 50 anos de idade. Oncologista da SES-DF ressalta importância de cuidar da alimentação
Dieta balanceada sem a presença de alimentos ultraprocessados é uma das orientações para ajudar a prevenir o câncer. Foto: Tony Winston/Arquivo/Agência Saúde-DF |
Praticar atividade física regularmente, manter uma dieta balanceada sem a presença de alimentos ultraprocessados, combater a obesidade e manter um estilo de vida saudável e equilibrado. Tudo isso são medidas de promoção à saúde que ajudam a prevenir diversas doenças, entre elas, o câncer, e que valem como orientação para todas as idades.
O número de pessoas com menos de 50 anos acometidas pela doença cresceu 80% nas últimas três décadas, segundo estudo publicado na revista científica BMJ Oncology, que estima ainda um aumento de casos em 31% até 2030. Além de questões genéticas e fatores já conhecidos, como consumo de álcool e tabaco, os pesquisadores também apontam a má alimentação como possível causa para o aumento de incidência em pessoas mais jovens.
Os quatro tipos de câncer que mais acometem as mulheres são: mama, seguido por cólon e reto, colo uterino e pulmão. Já nos homens, os mais incidentes são próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
Chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde, o médico oncologista Gustavo Ribas, chama a atenção para o aumento do câncer colorretal em ambos os gêneros, sendo o segundo tipo de câncer que mais acomete a população.
“O grande motivo deste aumento refere-se a maus hábitos alimentares, principalmente a ingestão de alimentos ultraprocessados e o baixo consumo de frutas e fibras. Os hábitos de vida são cruciais para diminuir os riscos de desenvolver o câncer, principalmente o de cólon e reto”, explica. O especialista indica uma dieta rica em fibras como frutas, verduras, legumes e grãos, além de bastante ingestão de água. O que também ajuda a controlar o diabetes e a hipertensão e a combater a obesidade.
Estudos recentes apontam aumento de diagnóstico de câncer no pulmão em pacientes jovens, ou seja, aqueles em vida produtiva e ativa. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF |
Tabagismo
O terceiro tipo de câncer mais incidente é o de pulmão, o que ressalta a importância de ações voltadas para o combate ao tabagismo. De acordo com Ribas, estudos recentes direcionam para um diagnóstico cada vez mais relevante em pacientes jovens, ou seja, aqueles em vida produtiva e ativa. O diagnóstico tende a ser mais precoce, pois as pessoas estão sendo submetidas a exames de rastreamento antecipadamente.
Na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), estão cadastradas 73 unidades para realizar o tratamento contra o tabagismo. Os interessados podem procurar a unidade mais próxima do seu domicílio ou trabalho. Há também orientações no site http://www.saúde.df.gov.br/tabagismo/ ou pelo Disque Saúde 136.
Diagnóstico precoce
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontou, para o triênio de 2023 a 2025 no Distrito Federal, a incidência de cerca de 6,3 mil novos casos por ano, excetuando câncer de pele não melanoma, distribuídos entre homens e mulheres.
Segundo dados do Sistema de Informações de Câncer (Siscan), o Distrito Federal registrou, em 2021, 741 diagnósticos de câncer na faixa etária de 20 a 44 anos de idade. Em 2022 foram 703 casos e, até setembro de 2023, 240.
Ribas defende que o ponto essencial a ser trabalhado é a promoção de saúde e a prevenção do câncer, para um diagnóstico cada vez mais precoce e um tratamento com finalidade curativa. É por meio de exames de rastreamento que é possível diagnosticar precocemente a doença no organismo. Para os tipos mais comuns, a Secretaria de Saúde adere a campanhas de conscientização, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.
“Para o câncer de mama, em casos em que não há sinais e sintomas, o rastreamento é um protocolo a partir dos 50 anos de idade. Já o rastreamento do câncer de colo uterino ocorre a partir de 25 anos e o exame para rastrear câncer colorretal, que é a colonoscopia, é realizado em pacientes em torno dos 50 anos de idade”, informa.
Em 2022, a rede realizou 32.563 exames de rastreamento para diagnósticos de câncer de mama e de colo uterino. Sendo a grande parte das incidências em mulheres jovens, de 30 a 49 anos.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: entrevista.saudedf@saude.df.gov.br
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação