Neste sábado (9) é comemorado o dia desse profissional. Em 2022, houve um aumento de 35% no número de procedimentos ambulatoriais no setor
Em acompanhamento com uma fonoaudióloga desde 2022, Gabriel José Gonçalves, 10, recebeu uma boa notícia em novembro deste ano: a alta do tratamento. O jovem foi encaminhado ao Ambulatório de Linguagem Oral, Fala, Escrita e Fluência, da Policlínica de Ceilândia, para avaliar um possível diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), nível 1. Após diversos relatórios, a condição foi descartada.
Para a mãe de Gabriel, Dorcelina José Salgado*, 42, o acompanhamento com a fonoaudióloga da Secretaria de Saúde (SES-DF) Renata Monteiro Teixeira foi fundamental para trazer melhorias ao filho. Ele apresentava problemas de audição desde bebê. “O trabalho da Renata foi feito com muita seriedade e zelo, com avaliações detalhadas durante todo o tempo. Por meio de relatórios feitos por ela, uma neurologista analisou e não percebeu nada que considerasse meu filho autista”, conta. Gabriel é agora paciente do Hospital da Criança [HCB] e busca pelo diagnóstico correto.
Estrutura
O trabalho realizado no ambulatório de Ceilândia conta com programas, nos quais quatro fonoaudiólogas ofertam atendimentos individuais e coletivos. Cada assistência possui um foco diferente: fala, leitura e escrita; atraso de fala; e orientações aos pais com crianças autistas. A atuação ofertada no local foi, inclusive, reconhecida em Portugal.
De acordo com Teixeira, os atendimentos mais comuns são os de transtornos de fala, casos de autismo e dificuldades de leitura e de escrita. “No caso de transtornos de fala, a escola geralmente encaminha à Unidade Básica de Saúde [UBS]. E, por meio do médico da família e comunidade, a pessoa é direcionada a nós”, explica a fonoaudióloga.
Foi por causa de um alerta da escola que Francisca das Chagas, 37, buscou um diagnóstico para Elias Nascimento, 15. Em acompanhamento há seis meses, o filho foi diagnosticado com distúrbio do processamento auditivo central (Dpac). Depois de algumas avaliações, Elias também recebeu o diagnóstico de TEA, grau 1, e foi encaminhado ao ambulatório para realizar o atendimento com a fonoaudióloga. “Ele é autista, tem Dpac, ansiedade e também está com suspeita de outras condições. Mas tenho percebido muitos avanços com o tratamento, acredito ser um ótimo trabalho”, elogia a mãe.
A média de pacientes mantidos em atendimento no ambulatório de Linguagem de Ceilândia é de 150 a 175 pessoas por semana. O quantitativo total do espaço chega a ser maior, já que os atendimentos são realizados por quatro fonoaudiólogos.
Em 2022 houve, de forma geral, um aumento de 35% no número de procedimentos ambulatoriais de fonoaudiologia na rede pública do DF, se comparado ao ano anterior. Segundo dados do portal InfoSaúde [link: https://info.saude.df.gov.br/], há 220 profissionais da especialidade distribuídos nos três níveis de atenção - Primário, Secundário e Terciário. Destes, 95 estão lotados em Núcleos de Saúde Funcional (Unidades Regionais de Saúde) e 18 em Gerências de Assistência Multidisciplinar (Unidades Distritais de Saúde).
Papel social
De acordo com a referência técnica distrital (RTD) em Fonoaudiologia, Ocânia da Costa Vale, os serviços de fonoaudiologia ofertados na SES-DF compreendem as áreas de abordagem da Voz, da Linguagem Oral, Fala, Leitura, Escrita e Fluência, da Disfagia Adulta e Pediátrica e da Audiologia.
A atuação desses profissionais de saúde é, segundo a RTD, essencial para a inserção social do indivíduo. “O papel do fonoaudiólogo permite essa inclusão no meio social de maneira plena, uma vez que a comunicação é a expressão da pessoa em si. É como ela pensa, age, como manifesta seus valores”, detalha.
Os fonoaudiólogos são ainda parte fundamental na progressão da via oral de alimentação em todos os ciclos da vida; no desenvolvimento da audição e da linguagem - promovendo a aprendizagem e as competências da fala, comunicação e escrita -; e na reabilitação da voz e da audição, garantindo a expressão e a inserção laboral e sociocultural.
Data especial
O Dia do Fonoaudiólogo nasceu junto ao Decreto de Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, que regulamenta a profissão no Brasil. A data é uma homenagem a esses profissionais, responsáveis pelo cuidado, estudo e prevenção de todas as doenças e distúrbios da linguagem humana, por meio da audição, fala e escrita.
No DF, a rede pública oferta os seguintes serviços de fonoaudiologia [LINK: https://www.saude.df.gov.br/fonoaudiologia]: exames audiológicos; triagem neonatal auditiva (disponibilizada em todos os hospitais com maternidade da rede); avaliação, diagnose e assistência fonoaudiológica nas alterações da linguagem oral, fala, leitura, escrita e fluência; da deglutição; fissuras labiopalatais e da voz.
As UBSs são a porta de entrada a essa assistência. Nelas, os fonoaudiólogos realizam monitoramento, triagem, avaliação, contrarreferência e referência. Os atendimentos específicos da área são disponibilizados nas policlínicas (Ambulatórios de Saúde Funcional) [LINK: https://www.saude.df.gov.br/carta-de-servicos-policlinicas], ou ainda nas enfermarias pediátricas e adultas; em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal, pediátrica e adulta; nas equipes multiprofissionais dos Bancos de Leite Humano; e no Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp), no Adolescentro e nos Centros Especializados em Reabilitação.
Mãe de Gabriel, Dorcelina José Salgado, não permitiu divulgação de imagens dela e do filho.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: entrevista.saudedf@saude.df.gov.br
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação