Militares devem realizar visitas domiciliares e aplicação larvicida e fumacê. Além disso, duas ambulâncias, 30 camas e 15 motoristas também serão fornecidos pelas Forças Armadas
Os militares foram instruídos sobre como realizar visitas domiciliares e identificar focos de larvas e mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF |
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) realizou nesta segunda-feira (29) um treinamento para 247 militares do Exército Brasileiro que vão reforçar o combate à dengue no DF. São 176 soldados designados para visitas domiciliares, 30 motoristas de ambulância, 20 motoristas de fumacê, 16 sargentos e cinco oficiais envolvidos na operação.
Nas aulas, conduzidas na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), os militares foram instruídos sobre como realizar visitas domiciliares e identificar focos do mosquito e larvas do Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Além disso, o Exército também forneceu apoio às ações de saúde com duas ambulâncias e 30 camas de campanha para equipar as tendas de atendimento à população.
Durante o treinamento, o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi, destacou a importância da parceria da SES-DF com o Exército para combate ao agravamento da situação epidemiológica da dengue. “Vamos intensificar as ações de combate em regiões específicas que apresentaram alta incidência de transmissão da dengue durante o período de 2023-2024. Serão cerca de 120 dias de apoio, podendo ser estendido”, explicou.
O comandante do 32º Grupo de Artilharia de Campanha, Tenente-Coronel Diogo Kristoschek, que supervisiona o agrupamento, ressaltou a importância do reforço dos soldados para o combate à doença. “Já na quarta-feira (31), iniciaremos o trabalho de campo em Samambaia e Ceilândia. Vamos seguir o planejamento da Secretaria de Saúde. Além disso, contamos com equipes de motoristas de ambulância prontas para oferecer todo o apoio necessário”, explicou.
O subsecretario de Vigilância a Saúde da SES-DF, Fabiano dos Anjos, ressaltou que o apoio dos cidadãos é fundamental para o sucesso das ações. “Neste momento, pedimos à população que receba os soldados para verificar os focos de dengue. Eles estão sendo treinados para isso e esperamos que essa conscientização e visitas tenham resultado a médio prazo. É preciso ter a consciência de se tornar um agente da própria saúde”, alertou.
"É fundamental que a população receba os soldados para verificar os focos de dengue", ressalta o subsecretario de Vigilância à Saúde. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF |
O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti tem quatro fases: ovos, larvas, pupas e adultos. Em condições ideais, leva de 7 a 10 dias para que o ciclo de vida se complete. Os adultos vivem em média de 30 a 45 dias. Por isso, interromper este ciclo com a fiscalização caseira semanal é fundamental.
Na quinta-feira (25), o Governo do Distrito Federal (GDF) decretou situação de emergência na saúde pública em virtude do risco de epidemia de dengue e outras arboviroses. Com a medida, o governo ganha agilidade para tomar as medidas administrativas necessárias para conter a doença, em especial a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços.
O Ministério da Saúde confirmou para fevereiro o primeiro envio da vacina contra a dengue: 521 municípios foram selecionados para iniciar a vacinação, inclusive o DF. Serão vacinadas, inicialmente, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, uma das faixas etárias que concentram maior número de hospitalizações por dengue.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Por ser uma doença viral, o tratamento é feito para aliviar os sintomas, por meio da prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. Portanto, ao primeiro sinal dos sintomas, procure um médico ou o serviço de saúde mais próximo. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.