Em coletiva de imprensa no Ministério da Saúde, realizada nesta terça-feira (27), gestora do DF enfatizou que enfrentamento da doença necessita de trabalho conjunto
Presente no evento, a secretária de Saúde do DF destacou a importância da ação integrada no combate à doença. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF. |
Nesta terça-feira (27), o Ministério da Saúde (MS) realizou coletiva de imprensa para apresentar o cenário epidemiológico da dengue no país. Presente no evento, a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, enfatizou que diversas partes devem atuar juntas para prevenção e cuidado.
"O combate à dengue é um trabalho intersetorial. Quando falo da doença, falo de hábitos de vida, do que posso lançar na educação, de todos cuidados e da prevenção", reforçou a gestora.
Florêncio, que representava o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) na ocasião, destacou como o comportamento atípico da dengue nos estados, em especial no Distrito Federal, tem afetado a saúde pública.
"Hoje, por exemplo, o DF conta com mais de 100 mil casos prováveis da doença e estamos lutando para combater o mosquito", destacou, relembrando as ações de intensificação no cuidado, como a realização do Dia D de combate à doença, que tem ocorrido todo fim de semana na capital, aumento da testagem e do acesso à população aos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Comportamento atípico
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o comportamento atípico do vírus se deve a diversos fatores, como as alterações climáticas e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, por exemplo. "Temos muitos casos em cidades médias e pequenas, em locais que antes não havia a doença. Isso causa uma interiorização e uma dispersão, o que levanta esforços. Há ainda uma grande incidência de casos do tipo 2 do vírus, cerca de 40% das ocorrências são deste sorotipo. É um fator inédito", detalhou.
Além disso, Trindade reforçou que os cuidados da saúde são essenciais para o tratamento da doença, como hidratação, prevenção e o manejo adequado, especialmente para evitar o agravamento.
Também presente na coletiva, o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Mohamad, ressaltou o papel dos profissionais de saúde. "É uma luta que só vamos conseguir combater se trabalharmos juntos. Por isso, é de muita importância os agentes comunitários e de combate às endemias", disse.
Como forma de reforçar as ações de prevenção, o MS anunciou a realização nacional do Dia D de combate à doença, que será realizado no próximo sábado (2), com o tema “10 minutos contra a dengue”. No DF, o Dia D ocorrerá na Região Administrativa do Sol Nascente.
Curva epidemiológica no país
No cenário nacional, o MS demonstrou que a curva epidemiológica da dengue foi "antecipada". Enquanto em 2023, o pico ocorreu no final de março, agora, neste ano, os casos já estão aumentando desde o final de janeiro. As ocorrências têm se mostrado maiores entre os jovens - de 20 a 29 anos - enquanto os casos graves se concentram em uma faixa etária maior - acima de 70 anos.
Apesar disso, a letalidade da doença está menor que a de 2023, em comparação aos casos graves e óbitos registrados nas primeiras oitos semanas de 2024. A taxa no ano passado ficou em 4,87. No mesmo período deste ano, o indíce está em 2,51.
Dados no DF
O Último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF) registrou 100.558 casos prováveis da doença desde o início de 2024. Na última semana, foram mais 19.150 casos. O documento também traz a confirmação de 55 óbitos desde o início do ano, além de outros 82 em confirmação.
Em números absolutos, Ceilândia registrou o maior número de casos prováveis: 17.477, seguido por Taguatinga (5.329), Sol Nascente/Pôr do Sol (5.042), Brazlândia (4.807) e Samambaia (4.268).
- As 12.704 amostras de exames com PCR detectáveis no DF permitiram confirmar 11.370 infecções do sorotipo viral DenV-2 e 1.134 dos sorotipos DenV-1. Não há registros dos sorotipos DenV-3 e DenV-4.