Campanha nacional busca incentivar o diagnóstico precoce da doença e a doação de medula óssea
A doação de medula óssea é fundamental na luta contra a leucemia. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF |
No calendário da saúde, os meses do ano ganham cores relacionadas a determinadas doenças como forma de conscientizar a população sobre medidas de prevenção e políticas públicas. Fevereiro recebeu duas cores: o roxo – como alerta ao lúpus, à fibromialgia e ao mal de Alzheimer – e o laranja. Esta última faz referência à conscientização sobre a leucemia (https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/leucemia), um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil, com estimativa de 11,5 mil novos casos em 2024.
A leucemia é um câncer nas células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria nos glóbulos brancos, e geralmente é de origem desconhecida. Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula, prejudicando, ou mesmo impedindo, a produção das células normais. A redução dos glóbulos brancos – que compõem o sistema imunológico – provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes.
A diminuição dos glóbulos vermelhos – responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue – ocasiona anemia, o que pode provocar palidez, fadiga, falta de ar, tonturas, palpitação, sonolência e dor de cabeça. Já a diminuição das plaquetas – agente da coagulação do sangue – causa sangramentos, em geral das gengivas ou pelo nariz, além de manchas e pontos roxos na pele.
Trata-se de um câncer classificado conforme as células sanguíneas afetadas, podendo se apresentar em sua forma crônica (com a proliferação de células maduras) ou aguda (com a proliferação de células imaturas, o que acarreta quadros mais graves). O tratamento consiste em quimioterapia, com ou sem radioterapia, e – principalmente nos casos de leucemia aguda – em transplante de medula óssea, tecido no qual são produzidos os elementos do sangue.
Para ser doador de medula no DF, é necessário realizar cadastro no site da Fundação Hemocentro de Brasília. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF |
Doação e transplante
Nesse contexto, a conscientização acerca da doação de medula óssea aparece como um passo fundamental na luta contra a doença. O apelo vem da Referência Técnica Distrital (RTD) em hematologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), Nina Oliveira. “O doador possibilita que uma pessoa com um quadro de leucemia de prognóstico desfavorável possa realizar um transplante. Dessa forma, muitos pacientes conseguem se curar. Quanto mais doadores cadastrados, maior a possibilidade de se encontrar um doador ideal”, explica.
Um dos principais desafios para quem aguarda o transplante de medula óssea consiste em manter a doença controlada, sem nova remissão até que seja realizado o procedimento. Há ainda a questão da compatibilidade genética do material doado, que costuma ser baixa, evidenciando a necessidade de aumentar o número de doadores cadastrados.
Foi esse cenário que fez com que Fernanda Moreira, chefe da Assessoria de Comunicação da Fundação Hemocentro de Brasília, decidisse se cadastrar como doadora. “A doação é um ato de amor, seja de sangue, seja de medula. É gratificante poder ajudar a salvar a vida de uma pessoa. Fico ansiosa por receber uma ligação dizendo que sou compatível com alguém.”
Em 2023, o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realizaram ao todo 116 transplantes de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram procedimentos alogênicos – quando as células precursoras da medula provêm de outro indivíduo (doador) – e autólogos – quando as células provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). No DF, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) também faz transplantes autólogos pelo SUS.
Cabe aos laboratórios do Hemocentro de Brasília a realização de exames de triagem sorológica, imuno-hematológica e biomolecular para a habilitação de transplantes de múltiplos órgãos e tecidos (coração, rim, fígado, córneas e medula óssea) de um doador para um receptor. No ano passado, 2.646 pessoas se cadastraram como doadoras de medula no Hemocentro.
Estimativa é de que sejam registrados 11,5 mil novos casos de leucemia em 2024. Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF |
Tratamento
O diagnóstico de leucemia na rede da SES-DF é realizado após a constatação de alterações no hemograma do paciente, feita pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)(https://info.saude.df.gov.br/buscasaudedfupa/) ou da Unidade Básica de Saúde (UBS) (https://info.saude.df.gov.br/buscasaudedfubs/) de referência do usuário. Em seguida, o usuário é encaminhado a uma consulta com hematologista, responsável por dar o diagnóstico da doença após exame de medula.
O hematologista é o profissional médico que trata de doenças malignas no sangue. Na SES-DF, a especialidade está presente nos hospital regionais de Taguatinga (HRT), Ceilândia (HRC), Samambaia (HRSam), Asa Norte (Hran), Guará (HRG), Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e Hospital de Base (HB).
Como se tornar doador?
Para ser doador de medula óssea, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa ou incapacitante (https://redome.inca.gov.br/doencas-impeditivas-do-cadastro-e-da-doacao/).
O cadastro é realizado presencialmente na Fundação Hemocentro de Brasília, mediante agendamento prévio no portal Agenda-DF. Esse serviço não é feito por telefone. Para mais informações sobre como doar, acesse o portal do Hemocentro (https://www.hemocentro.df.gov.br/doacao-de-medula-ossea/).
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: entrevista.saudedf@saude.df.gov.br
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação