O espetáculo conta a história de três físicos nucleares que se encontram numa casa isolada à beira-mar em região outrora bucólica, hoje devastada por um acidente nuclear
O sucesso teatral As Crianças, escrito em 2016 pela premiada dramaturga inglesa Lucy Kirkwood, desembarca em Brasília sob a direção de Rodrigo Portella (“Ficções”, “Tom na Fazenda”). A peça, indicada a 25 prêmios e vencedora de nove deles, traz no elenco Analu Prestes (vencedora dos Prêmios Shell, APTR, Cesgranrio e Botequim Cultural, por este trabalho), Mario Borges e Stela Freitas. Rodrigo foi vencedor dos prêmios Cesgranrio, APTR e Botequim Cultural como melhor diretor, por este trabalho.
“As Crianças”, que estreou em Londres no ano em que foi escrita, levanta duas camadas de reflexão: num nível individual, fala da relação do ser humano com a passagem do tempo e seu inventário de perdas e ganhos; e num nível coletivo, trata de discussões éticas sobre a responsabilidade com o uso dos recursos do planeta e com as gerações futuras. Reparação e redenção são temas dessa peça que volta seu olhar para os catastróficos resultados da interação entre os humanos e a natureza.
A temporada em Brasília ocorrerá nos dias 2, 3 e 4 de abril, de terça a quinta, no Teatro da CAIXA Cultural Brasília, com sessões sempre às 19h. Os ingressos, R$ 30 e R$ 15 (meia para clientes CAIXA e casos previstos em lei), poderão ser adquiridos a partir do dia 23 de março na bilheteria do teatro ou no site https://bilheteriacultural.com/. A peça, uma tragédia cômico-delirante, tem duração de 80 minutos e é recomendada para maiores de 14 anos.
Sinopse
O casal de físicos aposentados Dayse (Analu Prestes) e Robin (Mario Borges), vive só e sem vizinhos numa casa improvisada perto da costa, numa região inóspita, assolada por um acidente nuclear. Após uma ausência de quase quarenta anos, Rose (Stela Freitas), antiga colega de profissão e amiga, chega a essa casa com uma missão que poderá mudar para sempre a vida do casal. Para complicar as coisas, Robin teve uma relação com Rose no passado.
Dramaturgia
Estruturalmente, a peça se sustenta pelo desvendamento progressivo dos sentimentos desses personagens que, aos poucos, vão mostrando não só seus problemas afetivos, mas também a profunda crise ética em relação ao seu papel na sociedade em que vivem.
Paralelamente à questão nuclear, o texto investe nas particularidades da vida desses três indivíduos - sua relação com os filhos (ou a opção por não os ter), a proximidade da morte, a traição, as omissões, a fantasia e o desejo. Trata-se de um grande desastre a espelhar os pequenos desastres de três vidas.
“A discussão da peça está para além da questão nuclear. Ela nos provoca a pensar em como usamos os recursos disponíveis. Entendo que Kirkwood quer que pensemos em nossa responsabilidade com as futuras gerações. Para mim, a grande pergunta da peça é: salvar as crianças de um futuro catastrófico é um ato de heroísmo ou uma obrigação?”, questiona Rodrigo Portella, diretor.
O que diz a crítica especializada
“Às vezes o teatro nos explode, numa féerie de incertezas, como se fosse uma bomba atônita. Em estilhaços, tocamos o absoluto. É raro, mas acontece. Um exemplo? Corra para ver As Crianças, de Lucy Kirkwood.”
Tânia Brandão, crítica e jurada Prêmios APTR e Cesgranrio
“O jogo entre os três atores, orquestrado com simplicidade e precisão pelo diretor Rodrigo Portella, é o ponto alto do espetáculo.”
Patrick Pessoa, jurado Prêmio Shell
“Nessa montagem em que tudo funciona bem, o espectador tende a acompanhar com prazer um texto de construção identificável, interpretado por atores afinados e introduzidos numa concepção cênica concretizada com fluência.”
Daniel Schenker, crítico e jurado Prêmios APTR e Cesgranrio
Ficha técnica:
Texto: Lucy Kirkwood | Tradução: Diego Teza | Direção: Rodrigo Portella | Elenco / Personagem: Analu Prestes / Dayse; Mario Borges / Robin; e Stela Freitas / Rose | Cenário: Julia Deccache | Iluminação: Paulo Cesar Medeiros | Figurino: Rita Murtinho | Trilha sonora original: Federico Puppi | Preparação corporal: Marcelo Aquino | Fotos: Victor Hugo Cecatto | Programação visual: Fernanda Pinto | Marketing: Victor Novaes | Operador de luz: Walace Furtado | Operador de som: Diogo Perdigão | Contrarregra: Osni Silva | Produção executiva: Bárbara Montes Claros | Direção de produção: Celso Lemos | Assessoria de imprensa Brasília: Rodrigo Machado, Território Comunicação
Serviço:
[Tragédia cômico-delirante] As Crianças
Local: CAIXA Cultural Brasília
Endereço: SBS Quadra 4 Lotes 3/4
Dias: 2, 3 e 4 de abril de 2024
Horário: terça, quarta e quinta-feira, às 19h
Ingressos: R$ 15 (meia para clientes CAIXA e casos previstos em lei) e R$ 30 (inteira) | Vendas na bilheteria do teatro e a partir das 13h no site https://bilheteriacultural.com/, de 23 de março | Funcionamento da bilheteria: de terça a sexta e domingo, das 13h às 21h, e sábado, das 9h às 21h
Classificação: não recomendado para menores de 14 anos
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal - União e Reconstrução