Após um hiato de 20 anos, o Cinema Voador está de volta com a exibição de seis grandes títulos da cinematografia nacional, de graça e aberto à comunidade
O Auto da Compadecida com direção de Guel Arraes |
O período de estiagem já dá sinais e com ele vem chegando o frio, época certa para aproveitar os campos abertos do nosso quadradinho que passam a ser ocupados por eventos gratuitos e democráticos. É nessa toada que o Novo Cinema Voador se alinha, ao projetar curtas e longas-metragens, adultos e infantis, em uma grande tela ao ar livre.
Neste retorno do projeto, consagrado na década de 90 ao itinerar pelo DF levando cinema de qualidade às periferias, seu idealizador e curador, José Damata, comemora: “é uma satisfação voltar a levar momentos inesquecíveis de entretenimento e reflexão, contribuindo ativamente na sensibilização de novos públicos e na formação de plateias ao alcançar segmentos da população com acesso restrito à arte”, avalia.
Para um público de 500 pessoas por sessão, o Novo Cinema Voador vai aterrissar na Praça da Bíblia, em Ceilândia, nos dias 25 e 26 de maio, e na Praça do Berimbau, em Taguatinga, dias 1º e 2 de junho. Para garantir uma boa projeção para os seis títulos a serem exibidos, “contratamos um equipamento de altíssima qualidade”, garante Damata, “fundador do imaginário cinematográfico da cidade”, nas palavras da professora da UnB, Tânia Montoro.
A programação, sempre aos sábados e domingos, com início às 18h e término às 22h e que se repete nas duas RAs, tem na primeira noite o infantil “Tainá”, seguido pelo curta-metragem “O Último Raio de Sol”, e encerra com o longa “Meus Dois Amores”. Aos domingos, serão exibidos “A Dança dos Bonecos”, para o público infantil, o curta “O Balão Vermelho”, e se despede com “O Auto da Compadecida”.
Ao retomar suas atividades, “o Novo Cinema Voador dá sequência ao seu objetivo original de expandir o alcance do cinema nacional, importante seguimento da nossa extensa produção artística”, avalia Damata. O projeto é uma realização do Instituto Lumiart, com apoios da Bra.zil Arte e Cultura, do Ministério da Cultura e do Governo Federal - União e Reconstrução.
Programação:
- Praça da Bíblia (Setor P, QNP 19 em Ceilândia)
- 25 de maio: 18h: Tainá (livre) | 19h30: O Último Raio de Sol (livre) | 20h: Meus Dois Amores (12 anos), sessão com audiodescrição
- 26 de maio: 18h: A Dança dos Bonecos (livre) | 19h30: O Balão Vermelho. (livre) | 20h: O Auto da Compadecida (livre)
- Praça do Berimbau (Nova QNL 19, em Taguatinga)
- 1º de junho: 18h: Tainá (livre) | 19h30: O Último Raio de Sol (livre) | 20h| Meus Dois Amores (12 anos), sessão com audiodescrição
- 2 de junho: 18h: A Dança dos Bonecos (livre) | 19h30: O Balão Vermelho (livre) | 20h: O Auto da Compadecida (livre)
Serviço:
- Entrada gratuita
- Lotação: 500 pessoas
- Informações: (61) 98403-5044
- Sinopses e trailers dos filmes:
Tainá (91min) – longa infantil de 2001 com direção de Tânia Lamarca e Sergio Bloch, o filme conta a história de Tainá, uma menina indígena de 8 anos, que vive na Amazônia com seu avô Tigê. Tainá e seu novo amigo, Joninho, garoto que veio morar na selva, enfrentam contrabandistas. Os dois aprendem a lidar com os valores da selva e da cidade.
O Último Raio de Sol (18min) – curta de 2004 com direção de Bruno Torres, o filme é uma livre adaptação de uma história real, em que dois jovens inconsequentes da alta classe econômica brasiliense faz uma viagem à Chapada dos veadeiros, ameaçando pessoas pela estrada. O filme trata da impunidade, violência e preconceito.
Meus Dois Amores (1h26min) – é uma comédia brasileira de 2015 com direção de Luiz Henrique Rios. Baseada no conto Corpo Fechado, Guimarães Rosa, a narrativa é sobre um vaqueiro apaixonado por sua noiva e por sua mula de estimação.
A Dança dos Bonecos (90min) – filme infantil de 1986, dirigido por Helvecio Ratton, o longa infantil conta a história dos bonecos da menina Ritinha que se tornam vivos por beberem uma poção mágica da cachoeira de Beleléu, a cidade onde mora Ritinha. Os bonecos são roubados e a menina vai em busca deles.
O Balão Vermelho (34min) – filme francês de 1956 dirigido por Albert Lamorisse, o curta quase não tem diálogos e conta a história do menino Pascal que um dia encontra um balão vermelho e começa a brincar com ele, quando percebe que o balão consegue pensar por si mesmo.
O Auto da Compadecida – comédia brasileira de 2000, com direção de Guel Arraes, o filme narra as estripulias de dois nordestinos, João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, conhecido como um homem covarde.