Neurocirurgião alerta que o derrame pode ocorrer de forma silenciosa e representa um grave risco à saúde
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, com dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil, afere que o número de mortes por AVC ultrapassou o número de mortes por Infarto Agudo do Miocárdio, no período de 2019 a junho de 2024.
O estudo revelou um aumento anual significativo, com destaque para o ano de 2020, quando os registros de óbito por AVC alcançaram 105.894, enquanto os por infarto chegaram a 97.779, percentual consideravelmente superior aos demais períodos. Em 2024, a diferença entre os óbitos por infarto e AVC, com dados coletados até junho, atingiu 8,78%, de forma a tornar o infarto uma causa de morte menor em comparação ao AVC.
Segundo Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, o AVC é uma condição médica grave que ocorre em duas situações: a primeira, quando há interrupção no fluxo sanguíneo para o cérebro, chamado AVC isquêmico, e a segunda com o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, conhecido como AVC hemorrágico. Essa interrupção no fornecimento de sangue leva à falta de oxigênio e nutrientes nas células cerebrais, e muitas vezes resulta em danos irreversíveis.
Espíndola ressalta, ainda, alguns sintomas do AVC que podem passar despercebidos: "Formigamento em um lado do corpo, fraqueza, alteração na visão, incapacidade de levantar braços ou pernas, sorriso assimétrico, náusea, vômito e fala embolada são alguns indícios de que você pode estar sofrendo um acidente vascular".
Para identificar esses sinais, é usada a técnica do SAMU (Sorrir, Abraçar, Mensagem e Urgência). Caso a pessoa não consiga movimentar o rosto, os braços ou apresentar a fala embolada, é necessário acionar atendimento médico com urgência, pelo número 192, e informar da suspeita de AVC.
Dr. Victor Hugo Espíndola |
O especialista destaca a importância de praticar exercícios físicos regularmente, evitar o consumo de álcool e cigarro, além de controlar o estresse e a hipertensão. “Essas são algumas medidas preventivas para evitar o AVC e manter uma vida saudável”, afirma o neurocirurgião.