EMBAIXADA DE RUANDA NA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL CELEBRA O 30º ANIVERSÁRIO DA LIBERTAÇÃO DE RUANDA (KWIBOHORA30)
Na segunda-feira, 29 de julho de 2024 um evento comemorativo do 30º aniversário da libertação de Ruanda (Kwibohora30) foi organizado pela Embaixada da República de Ruanda no Brasil, em Brasília.
Por Fabiana Ceihan
Há três décadas, Ruanda viveu uma das suas tragédias mais horríveis: o Genocídio contra os tutsis de 1994. Mais de um milhão de tutsis foram assassinados num período de três meses. Em 4 de julho, o Exército Patriótico de Ruanda, sob a liderança de Sua Excelência Paul Kagame, pôs fim aos massacres e significou a libertação da nação.
Em suas observações durante o discurso, o Embaixador Lawrence Manzi, Embaixador de Ruanda no Brasil, recapitulou que o Exército/Frente Patriótica de Ruanda herdou um país em total ruína! Prestou homenagem aos ruandeses, a maioria dos quais eram mulheres e homens jovens, na altura, que deram tudo de si para pôr fim ao genocídio e libertar o Ruanda.
Ele enfatizou que a libertação foi guiada pela visão de uma sociedade melhor. A luta de libertação procurou construir um país adequado para todos, com uma governança baseada no povo, sem divisões étnicas, corrupção, pobreza e integrado dentro e na região. Segundo o Embaixador, os ruandeses estão felizes com o quão longe avançaram em direção aos objetivos da libertação.
A política externa pós-genocídio do Ruanda, como qualquer outro setor do país, evoluiu durante estas três décadas, principalmente baseada na história do país, mas também pelas tendências globais em constante mudança. No geral, o Governo do Ruanda compreendeu desde o início que estabelecer e a manutenção de boas relações com todos os países e o reforço da cooperação para o desenvolvimento e a promoção do comércio mundial equitativo e da integração regional foram benéficos para a paz, a segurança e a estabilidade e para os objectivos de desenvolvimento do Ruanda.
O Embaixador Manzi também informou que, a nível bilateral, o Brasil e o Ruanda mantêm laços diplomáticos desde 1981. E, ao longo dos últimos anos, ambos os países demonstraram uma dedicação louvável na exploração de potenciais caminhos para o fortalecimento das relações bilaterais e a promoção da cooperação para o desenvolvimento. Isto é demonstrado através da vontade de conversão de embaixadores não residentes em embaixadores residentes e da assinatura de vários acordos, que englobam o seguinte:
1. o Memorando de Entendimento (MoU) sobre a promoção da cooperação Sul-Sul no Fortalecimento da Agricultura e Segurança Alimentar, assinado em 2011,
2. o Acordo Bilateral de Serviços Aéreos (BASA) assinado em 2019,
3. o Tratado sobre a Transferência de Pessoas Condenadas assinado em 2023,
4. Memorando de Entendimento sobre Isenção de Requisitos Mútuos de Visto para titulares de passaportes Diplomáticos, de Serviço e Oficiais, assinado em 2023.
O Embaixador Manzi também destacou que Ruanda continuará a trabalhar com países com ideias semelhantes, como o Brasil, para defender reformas dos Sistemas de Governança Global para garantir uma governança global mais justa e equitativa; incluindo as reformas do CSNU, da Reforma das Instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial) e do G20, a fim de tornar estas organizações mais inclusivas e representativas do mundo de hoje. Acreditamos que a força que temos juntos é maior que a soma das nossas riquezas divididas.
Ele também parabenizou o Brasil pela presidência do G20 neste ano e da COP30 no próximo ano. Tenham a certeza de que o Ruanda prestará a sua assistência.
Além disso, o Embaixador Manzi expressou a sua gratidão a todos aqueles que aceitaram o convite da Embaixada para celebrar esta vitória histórica do Ruanda (Libertação/Kwibohora), incluindo funcionários do governo, diplomatas, membros do setor privado e outros.
Em seu discurso o convidado de honra, Embaixador CARLOS SÉRGIO SOBRAL DUARTE, Secretário para a África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) que representou o governo brasileiro no evento, falou da importância das relacões do Brasil com a Africa e que estas relações fazem parte da política externa do governo Lula.