Abordagem multidisciplinar é indicada também no tratamento de doenças não terminais, visando à melhoria da qualidade de vida
Ana Cláudia Boto, motorista de ambulância, observou atentamente a exposição. “É uma oportunidade de aprender mais". | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF |
A Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) promoveu na terça-feira (15) uma ação de sensibilização voltada aos servidores da unidade. A medida é um dos eventos previstos na Semana de Cuidados Paliativos da Superintendência de Saúde Oeste (SRSOE), que ocorre de 15 a 18 de outubro.
De acordo com a nutricionista do HRC, Patrícia Freire, a intenção é desmistificar alguns termos e preconceitos. “Mesmo diante de uma doença que tem cura, o indivíduo pode passar por momentos de grande sofrimento, em qualquer das dimensões. Daí a necessidade desse olhar mais amplo por uma equipe multiprofissional especializada, para fazer controle rigoroso de sintomas e cuidar desses sofrimentos”, explicou.
Realizada de forma itinerante nas enfermarias, com abordagens individuais e coletivas, as intervenções contaram com auxílio de dois guarda-chuvas. “O cuidado paliativo é representado pelo guarda-chuva. Embora possa parecer precoce oferecer cuidados paliativos, o curso da doença pode ser como a chuva, difícil de prever. Diante do tratamento curativo, é possível usar o guarda-chuva num momento de sofrimento, serviço que é justamente oferecido pela equipe especializada”, completou a nutricionista.
A especialista destaca que a abordagem multidisciplinar é indicada não somente para pacientes em estado terminal e os cuidados paliativos devem ser incluídos no tratamento desde o diagnóstico. A abordagem vai além dos sintomas físicos, ajudando no controle da dor, náusea, fadiga e falta de ar, por exemplo, como também de sintomas emocionais e sociais.
A motorista de ambulância, Ana Cláudia Boto, observou atentamente a exposição e aprofundou conhecimentos sobre a medida. “É uma oportunidade de aprender mais sobre uma coisa que vemos todos os dias. Às vezes, não sabemos e é muito importante essa orientação mais esclarecedora”, elogiou.
Ação usou como símbolo dois guarda-chuvas, representando os cuidados paliativos. "O curso da doença pode ser como a chuva, difícil de prever", explica a nutricionista do HRC Patrícia Freire. | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF |
A vontade do paciente
A assistente social do HRC, Shirley Rocha, conta que uma paciente atendida pela equipe em 2018 foi diagnosticada com HIV. Apesar de fazer o tratamento no HRC, ela era de Recife e mantinha o desejo de retornar para sua cidade natal. “Ela tinha uma possibilidade de morte muito próxima, mas queria voltar para casa. Acionamos a família, o estado e empresas aéreas para que ela pudesse realizar isso. Ela faleceu junto à família alguns meses depois, mas essa dor social dela foi amenizada”, relatou a profissional.
Já a fisioterapeuta Maria Betânia Vieira ressaltou a importância do trabalho de conscientização. “Precisamos entender que cuidado paliativo precisa ser indicado desde o início da doença. É como se tivesse um braço curativo e um braço paliativo que cuida dessa dimensão de sofrimento. Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer, pelo contrário, há muito o que fazer”, alertou.
Os atendimentos especializados em cuidados paliativos na SES-DF podem ocorrer com avaliações de equipes consultoras em cuidados paliativos nos hospitais regionais, internação em enfermaria especializada no Hospital de Apoio de Brasília (HAB) ou atendimento ambulatorial em cuidados paliativos. A equipe multiprofissional pode contar com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: entrevista.saudedf@saude.df.gov.br
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação