A uma semana do maior ataque que Israel sofreu, posts se tornam mais virulentos
A uma semana de se completar um ano do 7/10, um estudo divulgado pelo STOP HATE- BRASIL, uma organização que mensura, qualifica, documenta e encaminha para Polícia Federal, crimes de ódio, racismo, ameaça de terrorismo no ambiente digital, mostra o quanto o ódio, e o antissemitismo – racismo antijudeus - afloraram e cresceram exponencialmente, após a data.
Só na plataforma ‘X’, foi feita uma análise dos meses de outubro 2023 a julho de 2024, em que se encontraram mais de 16 mil casos já classificados, sendo que 169 deles estão sendo analisados pela Polícia Federal, na URCOD – Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos de Ódio, 24% foram removidos e em 27 deles (por enquanto), já encontraram materialidade para inquérito.
Crimes de racismo/antissemitismo são imprescritíveis e inafiançáveis sob a legislação vigente, Lei 7716/1989, ou seja, o criminoso pode ser punido a qualquer tempo.
Michele Prado, a pesquisadora que coordena os estudos, conta que usa uma metodologia em que extrai os mais virulentos, mais explícitos, fazendo uma análise quantitativa e qualitativa de discursos de ódio com orientação antissemita/racista.
Ela, também, alerta sobre a necessidade de se coibir e punir os agentes, que muitas vezes, tem mais de um perfil, usam proxys etc. “O aumento exponencial de discursos de ódio antissemitas nas plataformas digitais tem fortalecido a radicalização online, funcionando como porta de entrada para o extremismo violento. Pesquisas apontam que essas narrativas, ao normalizarem o ódio e a intolerância, tornam-se preditoras de comportamentos violentos, especialmente entre jovens vulneráveis”.
A pesquisa agora está em um segundo momento, irá para as plataformas do Meta (Facebook e Instagram) e segue em colaboração com a PF. “Avaliaremos postagens em outras plataformas e de conteúdo islamofóbicos. Afinal esses haters não poupam ninguém, negros, não-brancos, como eu, a comunidade judaica, a LGBTQIA+”.
SOBRE A STOP HATE BRASIL
É coordenada por Michele Prado, estudante de Criminologia, não branca, baiana, é uma organização não-governamental e apartidária dedicada à causa de promover a prevenção da radicalização online e combater o extremismo violento e não-violento e terrorismo no ambiente digital e offline.