Drª Rainne Figueiredo - Foto arquivo pessoal |
No mês de novembro, o Brasil dedica uma semana à conscientização sobre o câncer de boca, uma doença que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ocupa o quinto lugar entre os tipos de câncer mais comuns em homens e o sétimo entre mulheres no país. A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer de Boca visa promover o conhecimento sobre o tema, incentivando o diagnóstico precoce, os cuidados preventivos e o papel essencial do cirurgião-dentista.
O câncer de boca, também conhecido como câncer oral, é um tumor que se desenvolve em diferentes partes da cavidade oral, como língua, gengivas, lábios, bochechas, céu da boca e assoalho bucal. De acordo com a American Cancer Society, esse tipo de câncer é frequentemente associado a fatores de risco como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a exposição ao vírus HPV (papilomavírus humano), responsável por parte significativa dos casos de câncer em jovens adultos. Estima-se que 90% dos casos de câncer bucal estejam relacionados ao uso do tabaco, o que reforça a importância das campanhas de prevenção e a necessidade de reduzir esses comportamentos de risco.
Manifestações e sinais de alerta
As manifestações iniciais do câncer bucal podem ser sutis, mas é fundamental conhecer os sinais que podem indicar a presença de lesões malignas. Os sintomas mais comuns incluem feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas na boca, caroços, dificuldade para engolir e sensação de dormência em áreas da cavidade oral. A detecção precoce é essencial para um bom prognóstico, pois, segundo estudos da Oral Oncology, o diagnóstico em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de cura e de uma melhor qualidade de vida pós-tratamento.
Autoexame: um passo simples e eficaz na prevenção
Incentivar o autoexame é uma das estratégias defendidas durante a semana de conscientização. O autoexame bucal é simples e pode ser feito em casa, diante de um espelho, observando atentamente todas as áreas da boca e do rosto em busca de alterações. Embora o autoexame não substitua a consulta profissional, ele pode ajudar a identificar sinais que merecem uma avaliação mais detalhada. No entanto, a automonitorização deve sempre ser complementada por consultas regulares ao cirurgião-dentista.
O papel do cirurgião-dentista na prevenção e no diagnóstico
O cirurgião-dentista desempenha um papel crucial na detecção precoce do câncer de boca. Em consultas periódicas, esses profissionais realizam exames detalhados da cavidade oral e estão capacitados para identificar alterações que possam ser indicativas de doenças graves. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), é recomendável que a população mantenha consultas semestrais com o cirurgião-dentista, pois a avaliação regular possibilita um acompanhamento rigoroso da saúde bucal.
Além disso, esses profissionais são responsáveis por orientar a população sobre fatores de risco e medidas preventivas, contribuindo para uma abordagem mais ampla da saúde oral. Em casos de suspeita de lesões malignas, o dentista pode solicitar exames complementares e, quando necessário, encaminhar para tratamento especializado.
Conclusão
A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer de Boca reforça a importância de cuidados preventivos e do conhecimento sobre a doença. A realização do autoexame e as visitas regulares ao cirurgião-dentista são medidas simples, mas eficazes para a prevenção e o diagnóstico precoce. Com informações corretas e ações preventivas, é possível reduzir a incidência desse tipo de câncer e aumentar as chances de sucesso no tratamento, preservando a saúde bucal e a qualidade de vida da população.
Referências
- Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de boca.
- American Cancer Society. Oral Cancer Risk Factors.
- Oral Oncology.