Dossiê da Antra: 122 pessoas trans assassinadas no Brasil em 2024

Documento, que está em sua oitava edição, relata e analisa cenário de violência contra a população trans brasileira

Janeiro é o Mês da Visibilidade Trans - Foto divulgação

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) lança oficialmente nesta segunda (27 de janeiro) a 8ª edição do Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras. O documento, que é referência nacional e internacional, é lançado na Semana da Visibilidade Trans em cerimônia no auditório do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), às 18h, com presença da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e da secretária nacional LGBTQIA+ do MDHC, Simmy Larrat, além de outras autoridades. Segundo o levantamento, em 2024, um total de 122 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, em crimes, em sua maioria, marcados pela crueldade.

“O dossiê é resultado de uma pesquisa minuciosa e pioneira, que vai além dos números, trazendo um panorama crítico sobre a realidade enfrentada por uma das populações mais vulneráveis do Brasil”, detalha a presidenta da Antra, Bruna Benevides. Por meio de dados e informações publicadas na mídia, análises e relatos compilados, a pesquisa reafirma o compromisso da Antra em denunciar a violência e propor políticas públicas que promovam a proteção e a cidadania da população trans.

O relatório denuncia o cenário adverso, e sem políticas públicas efetivas para combater essa violência. Os dados apontam que a vítima mais jovem tinha apenas 15 anos, e o perfil geral das vítimas é de jovens trans negras, empobrecidas, com muitas assassinadas em espaços públicos. No ranking dos estados com mais casos de assassintatos de pessoas trans estão os estados de São Paulo (1º lugar), seguido de Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, Mato grosso e Pernambuco.

O lançamento ocorre em um contexto desafiador, no qual, em 2024, o Brasil seguiu pelo 16º ano consecutivo liderando os rankings globais de assassinatos de pessoas trans. O dossiê não apenas denuncia essa realidade, mas também funciona como um instrumento para mobilizar governos, sociedade civil e organizações internacionais na luta por justiça, igualdade e respeito.

"O Dossiê Antra é uma ferramenta de memória e resistência. Ele documenta nossas dores, mas também nossas lutas e reivindicações. Falamos de morte para vida e criar um mundo vivível e seguro para pessoas trans. Há oito anos, insistimos em mostrar ao mundo que as vidas trans importam e que é urgente interromper esse ciclo de violência," destaca Bruna Benevides, presidenta da Antra e uma das principais vozes do movimento trans no Brasil.

32 anos de resistência
A Antra é uma organização de referência na luta pelos direitos humanos e cidadania da população trans e travesti no Brasil. Fundada em 1993, a entidade atua em articulações políticas, pesquisa e mobilização social para combater a violência e promover igualdade.

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