Tendência de procedimentos estéticos não invasivos reforça mudança na relação com a beleza


O mercado da estética tem passado por uma transformação significativa nos últimos anos, impulsionado pelo desejo crescente por técnicas menos invasivas e resultados mais naturais. Entre os procedimentos que mais se destacaram em 2024, os bioestimuladores ganharam protagonismo nos consultórios e nas escolhas dos pacientes.

A biomédica e especialista em estética Melissa Brum explica que esses produtos, diferentemente dos preenchimentos tradicionais com ácido hialurônico, não apenas restauram volume, mas estimulam a produção de colágeno. "Eles promovem uma regeneração tecidual que melhora a qualidade da pele a longo prazo, sem o efeito de rostos inchados que muitas pessoas temem", afirma.
O que são e como funcionam os bioestimuladores?

Os bioestimuladores são substâncias como hidroxiapatita de cálcio e ácido poli-L-láctico que induzem a produção de colágeno pelo próprio organismo. Ao contrário do ácido hialurônico, que preenche diretamente os sulcos da pele, essas substâncias melhoram a firmeza e a sustentação facial de maneira gradual.

"Os primeiros sinais de melhora aparecem em cerca de 30 dias, mas o resultado completo pode levar até seis meses, pois depende da resposta biológica de cada paciente", detalha Brum.
Crescimento da demanda e mudança no perfil do consumidor

A procura por bioestimuladores tem sido impulsionada por uma mudança na percepção da estética. Em vez de transformações abruptas, a tendência é valorizar um rejuvenescimento mais discreto e progressivo. Relatórios do setor apontam que a busca por esses procedimentos cresceu especialmente entre pessoas a partir dos 35 anos.

Segundo levantamento da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), os procedimentos estéticos em geral registraram um aumento de 3,4% em 2023 em relação ao ano anterior. Do total, 15.813.353 foram cirúrgicos, enquanto 19.182.141 foram não cirúrgicos. No segmento de procedimentos não invasivos, o crescimento foi de 1,7%, enquanto a categoria de injetáveis – onde se inserem os bioestimuladores – avançou 6,5%.

Já um estudo da Grand View Research apontou que o mercado global de estética faturou US$ 127,1 bilhões em 2023, com projeção de crescimento anual de 14,9% até 2030.
Brasil na liderança do mercado de estética

O Brasil segue entre os países que mais realizam procedimentos estéticos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O crescimento da biomedicina estética tem sido um fator determinante nesse avanço, unindo ciência e tecnologia para oferecer tratamentos cada vez mais eficazes e seguros.

Melissa Brum destaca que o foco atual não é apenas corrigir sinais do envelhecimento, mas promover uma melhora estrutural da pele. "Hoje, buscamos não só resultados estéticos, mas um equilíbrio entre beleza e saúde, garantindo que os pacientes se sintam bem consigo mesmos a longo prazo", conclui.
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