Projeto garante estabilidade para vítimas que denunciam assédio sexual no trabalho

Advogada especialista no enfrentamento do assédio no ambiente de trabalho, Michelle Heringer, vê avanço em proposta que protege trabalhadoras após denúncia


Está em análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar 158/24, da deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA), que propõe uma medida concreta de proteção a trabalhadoras que denunciam assédio sexual: a estabilidade no emprego por seis meses, a partir do registro do boletim de ocorrência. A ideia é garantir que a vítima tenha um período seguro para se reestruturar emocional e profissionalmente, sem o medo de retaliações.

Para a advogada Michelle Heringer, o projeto representa um avanço importante. “A prevenção é sempre o caminho mais eficaz para garantir ambientes seguros, éticos e acolhedores. Ela começa muito antes da ocorrência de qualquer denúncia”, afirma. Ainda assim, ela destaca que o enfrentamento direto também precisa estar garantido. “O PLP 158/24 atua nesse campo, oferecendo uma proteção concreta à denunciante.”

O texto do projeto também prevê indenização dobrada caso a vítima não possa retornar ao ambiente de trabalho, além de penalidades para denúncias comprovadamente falsas. A especialista acredita que essas medidas trazem equilíbrio à proposta, protegendo quem denuncia, mas sem abrir espaço para distorções.

Na visão da advogada, a proteção oferecida pelo projeto reconhece a realidade enfrentada por muitas mulheres no mercado de trabalho, onde o assédio sexual ainda carrega forte carga de estigmatização e relações de poder desiguais.

Ela aponta que, embora a prevenção seja essencial, é igualmente necessário garantir que haja responsabilização dos agressores e mecanismos de apoio às vítimas. Nesse sentido, ela considera o PLP 158/24 uma resposta importante ao oferecer proteção real para quem decide romper o silêncio.

Advogada Michelle Heringer


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